É comum olharmos para trás e falar: “nossa, olha como eu fiz isso, se fosse hoje nunca faria assim”, ou em uma perspectiva de negócios “se fosse com a expertise de hoje, as coisas seriam bem diferentes”.

Isso é sempre falado. E ainda bem que progredimos. Mas será que realmente não dá para resgatar nada de bom de 5, 8, 10 anos atrás? Para mim essa pergunta acendeu uma reflexão interessante.

Um ponto pra mim que sinto uma certa inveja é que eu dava mais chances para que acontecesse “bizarrices positivas” na minha vida profissional. Lembrei desse “conceito” ao escutar o podcast com o ~Henrique Dubugras~ (founder da Brex) essa semana. Podemos traduzir isso como algo que acontece, e que é totalmente fora da curva, que abre portas não esperadas e que não seriam abertas no nosso fluxo rotineiro de trabalho. Vou dar um exemplo aqui.

Na casa dos 20 – lembro que poucos filtros existiam. Na prática, eu tentava falar com pessoas que não eram tão “tangíveis” assim para a minha realidade, repetidamente, realmente com bastante volume. Eram dezenas e dezenas de mensagens que mandava para essas pessoas. E a resposta de 1 pessoa apenas, já era o necessário para esse ciclo continuasse, e coisas não esperadas acontecessem.

Pode parecer besteira, mas foi com essa intenção que fiquei próximo daqueles que se tornariam sócio da startup que tocamos por 6 anos.

Não só isso, mesmo quando fechamos a empresa, ainda foi o case  e história que sustentou por muito tempo a minha progressão corporativa.

O que vem destruindo a sua auto-confiança e otimismo?

Vale a reflexão. Cada vez mais percebo como isso impacta basicamente todas as áreas das nossas vidas. E a grande questão aqui é que demoramos muito tempo para perceber.

Se por um lado o otimismo é o motor que nos faz abraçar e acreditar em desafios maiores, a auto-confiança é a gasolina para isso que aconteça.

Para mim existe uma correlação, em que percebo meu otimismo e auto-confiança indo embora quando começo a reclamar demais. E como é com você? Como você percebe isso?

Consumimos muita coisa, mas ao final, quais são os “first principles” que guiam nossa decisão?

Fundamentos são extremamente importantes, e cada vez que mais situações pessoais/profissionais acontecem na minha vida, percebo que não preciso reinventar a roda.

Normalmente existem princípios básicos, que desenvolvemos ao longo da vida, e nos auxiliam a tomar decisões. Afinal, quais são esses? Temos eles anotados?

Será que conseguimos nos conscientizar de usá-los quando estamos analisando uma situação, ou resolvendo um problema?

Para dar um exemplo do que estou falando, um básico para mim que sempre esqueço, vem do budismo: “não é o que acontece, mas como você reage”.

Temos modelos de mundos diferentes para consumir e contar a mesma história. Não precisamos convencer alguém e sim adaptar nossa história para o modelo que a pessoa consome as informações.

Ao final, as coisas podem parecer mais simples do que são. Um exemplo que vi nesse podcast do Dubugras, foi sobre investidores.

Nem sempre é sobre convencê-los. E sim saber como eles enxergam a construção de um negócio, o que ao final eles valorizam? É falar sobre mercado? Ou falar sobre o tático? É falar sobre a construção do produto, ou falar sobre o poder de experimentação? É sobre dar saltos de fé, ou ter decisões sempre alinhadas às necessidades dos usuários?

Podemos falar que um mesmo negócio teve sucesso por diferentes lentes, diferentes motivos. Ao mesmo tempo que podemos falar que o mercado era muito bom, podemos falar que é porque o time era muito bom, ou que a rotina de experimentação era muito alta.

O importante é enquadrar a história para cada situação. E contar da melhor maneira, o que já conecta com o próximo ponto.

Pode ser importante aprender a estrutura necessária para contar boas histórias.

Histórias são marcantes. Muitas delas foram usadas para repassar conhecimentos de geração em geração, no início da nossa civilização.

E é por isso que vale aprofundar na “jornada do herói”. No final, uma boa história é um mix entre: criar expectativa, saber soltar a informação no momento correto e saber engajar oscilando a emoção em diversos momentos.

Será que realmente começar um negócio nichado é o ideal?

Todos sabemos que nichar um mercado para começar é bom para uma melhor comunicação, branding, e para convergir em problemas mais claros dos usuários.

Mas atenção, pode ser que em algum momento, esse nicho já não seja tão interessante. Se você tem uma clara intenção de empreender no Brasil, e levantar um capital considerável com investidores, vale saber bem quais são os mercados adjacentes que complementem o tamanho desse mercado nichado.

Um framework de vendas que usei por muito tempo, mas depois esqueci: o SPIN Selling.

SPIN (Situação, Problema, Implicação, Necessidade de Solução). Se você tem dificuldade em vendas, estude apenas o SPIN.

Mesmo sem uma oratória tão robusta, ou com pouco conhecimento em persuasão, pode te ajudar muito.

Não sei porquê, acabei lembrando dele. E realmente, é muito fácil de consumir e aplicar.

Com 19 anos, vendi muitos projetos de consultoria para grandes empresas, com pouco conhecimento, uma oratória bem mais ou menos na época, apenas usando o SPIN. 

Mais do que um framework, é uma boa forma de contar uma história para o próprio cliente.

Referências:

~SPIN Selling~

~Podcast com Henrique Dubugras~ (Founder da Brex, +$7B valuation) → vale muito escutar.

~First Principles~

~How to tell great stories~ e ~Jornada do Heroi~